Hoje falarei para vocês sobre a minha primeira viagem para o Amazonas. Terra onde vive o meu futuro esposo e atual pastor do distrito de Nova Olinda do Norte. Por isso, esse ano estamos longe um do outro o que não é nem um pouco legal, mas é necessário e Deus nos tem abençoado.
No dia 20 de junho fui para o Amazonas e pela primeira vez andei de avião!!
Pois é, foram muitas horas de voo, mas o que demorou mais foi a escala em Brasília. Saí de Campinas às 07:00 e cheguei em Manaus às 14:00.
Assim que cheguei em Manaus fomos para o porto para pegarmos o barco que nos levaria até a cidade onde fica a minha futura casa e onde o Gabriel vive. Foram 12 horas de viagem, mas o caminho foi lindo, vimos o por-do-sol e passamos a noite na rede. Pois é assim que eles viajam nos barcos. Lá é muito calor e o único momento e lugar que você precisa colocar um casaquinho é à noite no barco. E mesmo assim, dá pra ficar tranquilo de camiseta.
Chegamos em Nova Olinda do Norte as 05:00 mas tivemos que esperar até amanhecer dentro do barco, pois não queríamos acordar a família que me receberia em sua casa.
É uma cidade pequena mas para a região ela é até desenvolvida, pois existem interiores piores. O interessante é que ainda encontramos uma escola adventista que fica do lado da igreja central.
Um dos momentos mais emocionantes aconteceu num sábado, quando o Gabriel precisava realizar uma comissão em uma igreja distante depois do culto de sábado. Atravessamos aquele imenso rio numa rabeta, esse é o nome, guiada pelo ancião da igreja para onde estávamos indo.
Foi maravilhoso e emocionante a viagem, pois balançar num barco desse tamanho e sentir o impacto da água é inexplicável e ao mesmo tempo assustador. Mas a paisagem compensa e a sensação do vento batendo no meu rosto foi maravilhosa.
Chegamos nesse lugar e foi no chão daquele barco que almoçamos naquele sábado. Fiquei com medo, pois sou bem enjoada para comer quando desconfio de como algo pode ter sido preparado, mas estava tudo muito organizado, limpo e muito saboroso.
Essa é a igreja adventista nessa comunidade longe de tudo e de todos. As igrejas naquela região seguem o mesmo estilo e os membros são muito caprichosos com a manutenção do templo.
Agora, já estávamos voltando, e eu, branca do jeito que sou, já estava ardendo por conta do sol.
Quem me conhece sabe que eu amo criança e não demorou muito para que eu estivesse rodeada por elas, pois da mesma forma que eu as amo elas costumam se sentir muito bem comigo. Essa é uma das 21 igrejas que pertencem ao distrito do Gabriel e nela a quantidade de crianças é surpreendente.
Nesse dia, levei Bíblias para presentear algumas delas e fiz um apelo com a igreja para que eles se comprometessem a estudar a palavra de Deus com elas. Não demorou muito para que eu tivesse que comprar mais 20 Bíblias para presentear, pois diferente de onde vivemos, isso é artigo de luxo.
Para quem não sabe isso é um cocar e o Gabriel o ganhou de um cacique, chefe de uma tribo que pertence ao seu distrito. Infelizmente não tive a oportunidade de conhecer esses lugares, pois como estávamos em semana de oração em duas igrejas, não tínhamos tempo para isso.
Essa é a vista da sacada da nossa casa. Linda, não é? Pois é, não dá para não nos lembrarmos todos os dias e exaltarmos o Criador.
Durante o dia andávamos muito fazendo visitas, afinal de contas, mesmo eu sendo a visita não podia parar o trabalho. Então, para aproveitá-lo o máximo, o acompanhava embaixo daquele sol escaldante.
Essa foto é de uma casa que é típica naquela região, pois as pessoas são, em sua maioria, pobres. Dessa forma, apenas um cômodo é fechado e o restante é assim, como podem ver. O detalhe é que não há saneamento básico na cidade e quando o esgoto não passa na rua, ele é jogado nesses braços do rio que passa por algumas casas.
Para matar a minha vontade de ver um macaco domesticado, o Gabriel me levou até uma casa onde conheci o Tico.Detalhe: ele quase me deixou careca! É que ele tem mania de puxar cabelo, por isso, o único que pôde pegar ele no colo foi o Gabriel.
Muitas coisas mais aconteceram, mas vou lhes contar da viagem de volta, que por ter sido durante o dia e pelo caminho mais próximo foi mágica.
A paisagem é indescritível e apaixonante, mas o que mais me chamou atenção foi como é possível viver tão afastado de tudo. Digo isso, pois depois de percorrer quilômetros encontramos casas sozinhas no meio do nada, onde famílias vivem isoladas. Vão de rabeta até a cidade mais próxima comprar alimento algumas vezes, mas de resto vivem sozinhos.
Esse é apenas mais um dos mistérios e curiosidades que veem a minha mente e que não vejo a hora de descobri-los.
O final do ano está chegando e com ele muitas expectativas.
Se você tem o interesse de saber como eu o Gabriel nos sairemos nesse pedacinho do céu, nos acompanhe nesse blog. Tenho certeza que muitas coisas ainda acontecerão e muitas bênçãos serão contadas, pois o Senhor está no controle.
Um beijo e até a próxima postagem!
