quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Desafios da missão

Na volta dessa cidade, viajamos em um barco bem grande, de três andares, e como estávamos sem rede decidimos viajar no último andar para desfrutar da vista. 



O sol nos queimou um pouco, mas ele ficou o dia todo revezando com a chuva. 



A viagem foi boa, paramos então no Axinim, que fica entre Nova Olinda e Borba, uma comunidade simples e pequena, mas que nos recebeu muito bem.
Assim que chegamos fomos procurar um lugar pra ficar e como só havia uma hospedaria no local, ficamos lá mesmo. A parte melhor foi quando descobrimos que não havia banheiro dentro do quarto e que esse era compartilhado do lado de fora pelos demais que ali estavam. O segredo é sorrir e aprender a viver feliz em qualquer situação, lembrando sempre da nossa missão. Desafios maiores viriam, mas tendo Deus como comandante não há o que temer.

No dia de vir embora perdemos os dois barcos que tinham para aquele dia, por isso tivemos que voltar pra casa num motor 15, queimando no sol por duas horas. Parece horrível, mas a paisagem e o sentimento de dever cumprido nos satisfaz.


Descobrindo novos sabores

A minha primeira viagem foi para a cidade de Borba, maior que a que nós moramos atualmente, Nova Olinda do Norte. Uma viagem que durou 2 horas, isso porque fomos de expresso, uma lancha pequena e apertada. A pior parte foi viajar no último banco, exatamente em frente ao motor. Resumindo: quase fiquei surda! Hehehehehe Mas fiz uma amiguinha! Quem me conhece sabe que eu amo crianças e que elas me amam também.



Foi nessa cidade que aprendi a comer tucumã, uma fruta diferente, que tem um gosto bem peculiar, mas que eu gostei bastante. Acabei comendo-a com cevada, com farinha, pura, no pão ... (tem que aproveitar as frutas que temos por aqui, pois as que estava acostumada a comer nem as vejo mais).


Além do tucumã, conheci o cupuaçu, cuja árvore é muito parecida com o pé de cacau, mas a fruta tem um gosto bem diferente.


O “cupu” como é conhecido por aqui é bem azedinho, mas é muito boa. Eu que amo coisa azeda o comi purinho mesmo, mas a maioria das pessoas por aqui tomam o suco e fazem outras receitas com ele. E falando em receita, não consigo nem descrever o sabor do creme de cupuaçu que comi na casa da irmã Neide: maravilhoso!

A saudade decide reaparecer

Porém, antes de viajarmos em visita às igrejas do interior, meu esposo foi convidado para palestrar aos alunos de uma das escolas estaduais aqui do nosso município. O objetivo era o de que ele pudesse transmitir uma mensagem de motivação na cerimônia de abertura do ano letivo, que por sinal começou um pouco antes do normal devido a copa do mundo que acontecerá, também, em Manaus.
O mais legal é que tive a oportunidade de contar a eles a minha experiência como aluna da rede pública e como professora na mesma instituição. Foi um momento bem interessante e alegre, pois pela primeira vez, desde que sai de casa para vir embora, me senti parte de algo.
Pode parecer estranho, mas é que essa fase de adaptação nos faz passar por algumas crises e uma delas é a do “não pertencer” que é exatamente aquele momento em que você para, olha ao redor e percebe que você não pertence aquele espaço e que nada ali faz parte de você. Aí já viu né?  Começa o chororô, lembra da mãe, do pai, da vó, da amiga, do tio, da prima, do cachorro ... Mas a melhor parte é que consigo ouvir a voz deles, mesmo raramente.


 

Levando a mensagem

Depois da organização da casa é hora de organizar os materiais para distribuir para as igrejas, pois sabemos que nosso desafio é capacitar as pessoas para que elas sejam capazes de trabalhar para Cristo e alcançar mais pessoas para a salvação. Por isso, separamos tudo aquilo que tínhamos em casa, juntamente com aquilo que recebemos e nos preparamos para viajar por um bom tempo ao encontro dos nossos irmãos que vivem afastados. Para tanto, enchemos a lancha de caixas, tampamos com a lona e fomos viajar.